
Dez anos após sua última edição na cidade que o batizou, o Rock in Rio volta ao Rio de Janeiro em setembro de 2011, aproveitando o bom momento da economia brasileira e a exposição internacional do Rio, sede das Olimpíadas de 2016 e da final da Copa do Mundo de 2010. Desde o Rock in Rio 3, em 2001, a marca realizou quatro bem-sucedidos festivais em Lisboa, e dois em Madri. Nas nove edições até agora, o festival gerou números impressionantes: investimento de US$ 357 milhões (cerca de R$ 600 milhões) e público total de mais de 5 milhões de pessoas e 653 atrações musicais.
Artistas nacionais confirmados
No evento de apresentação dos patrocinadores do evento, realizado no início da tarde desta quinta-feira (4) em São Paulo, Roberta Medina, filha do idealizador Roberto Medina e quem comanda a marca Rock in Rio atualmente, adiantou que não falaria sobre as atrações internacionais por enquanto, mas apresentou o vídeo com a já tradicional música-tema do festival cantada por nomes como Ed Motta, Toni Garrido, Frejat, Marcelo D2, Ivete Sangalo, Pitty, Evandro Mesquita, Rogério Flausino, do Jota Quest e Sandra de Sá, que além de cantarem falaram sobre sua relação com o Rock in Rio. Depois, ela chamou os jornalistas e convidados para uma "Jam Session" com alguns dos artistas nacionais já confirmados para o Rock in Rio 2011.
No pequeno palco nos fundos do local do evento, se revezaram as cantoras Paula Lima e Tulipa Ruiz, e as bandas NX Zero e Capital Inicial, que tocou com o guitarrista do Sepultura Andreas Kisser. Ao subir no palco, o vocalista do Capital Inicial Dinho Ouro Preto brincou: "O Rock in Rio é aquela coisa: pode levantar uma banda, mas também pode derrubar, se o povo resolver jogar coisas em você" (em referência a Ney Matogrosso e Erasmo Carlos, que foram hostilizados pelo público em 1985, e Carlinhos Brown, que levou uma chuva de garrafas dos fãs do Guns N' Roses em 2001).
Andreas louvou a tradição do festival em dedicar um dia ao heavy metal. Eu estava lá no primeiro, em 85, no dia do metal, e acho demais o Rock in Rio manter essa tradição. Até porque o dia do metal é o que mais enche", brincou. Depois do show, ele falou ao Terra sobre experiência de ter estado no Rock in Rio em 1985, como espectador. "Eu era bem moleque, tinha uns 16 anos, fui no último dia, que tinha Ozzy, AC/DC, Whitesnake, Scorpions... Até então nunca teve nada daquele porte no Brasil. Meu pai levou a gente, eu e minhas irmãs, e ele detestava rock. Lembro que era uma lama só. Eu tava começando a tocar, ainda antes do Sepultura, e aquilo foi uma influência pra mim seguir na música. Mas a primeira vez que tive vontade de virar roqueiro foi depois de um show do Kiss, em 82", lembra. O Sepultura tocou no Rock in Rio em 1991 e 2001, no Brasil, e em 2004, em Portugal, e Andreas garante que a banda estará novamente na Cidade do Rock em 2011.
Sustentabilidade e compromisso social
Ao anunciar sua volta ao Brasil no momento em que os megashows e megafestivais brasileiros estão com tudo, o pioneiro Rock in Rio quer continuar sua vocação de gigantismo e ressaltar a preocupação sociambiental. Roberta Medina bateu na tecla da sustentabilidade e contrapartida social em eventos deste porte, que o Rock in Rio encampa desde 2001, quando adotou o slogan "por um mundo melhor".
Neste ano, o festival SWU, realizado em outubro, levantou a bandeira da sustentabilidade, mas recebeu críticas por não fazer a "lição de casa" na organização. Talvez por isso, Roberta enfatizou que a preocupação socioambiental deve ser levada a sério, citando as ações concretas já feitas. "Após o Rock in Rio 3 construímos 70 salas de aula, que possibilitaram a 3200 crianças brasileiras completarem o estudo, além de desenvolvermos, com o apoio da Unesco, 28 projetos educacionais em todo o Brasil. Desde 2004, arrecadamos 1,3 milhões de euros, destinados a instituições de auxílio à infância em Portugal. E, desde 2006, temos o compromisso de compensar 100% das emissões de carbono do festival, o que será seguido no Brasil", disse.
Mais duas edições em 2013 e 2015
E a volta ao Brasil parece ser definitiva. A parceria com a prefeitura e o governo do Estado do Rio assegura, além de 2011, edições do Rock in Rio na cidade natal em 2013 e 2015, surfando na onda da Copa do Mundo e da Olimpíada. Em 2011, o festival será realizado em seis dias, entre 23 de setembro e 2 de outubro. O local será a tradicional Cidade do Rock, em Jacarepaguá, já rebatizada como "Parque Olímpico Cidade do Rock". São esperadas um total de 108 atrações musicais divididas em dois palcos (Mundo e Sunset), tenda eletrônica e a "rock street", um espaço com bares, restaurantes e apresentações de jazz, além de montanha-russa, roda gigante, tirolesa e um espaço dedicado à moda. A previsão é de atrair um público de 720 mil pessoas nos seis dias, com um investimento de R$ 60 milhões. Os cinco principais patrocinadores (Claro, Coca-Cola, Volkswagen e Heineken) apostam que o retorno em exposição da marca é garantido.
Roberta Medina também anunciou o lançamento do novo site oficial do Rock in Rio, que será o principal canal de comunicação com o público até setembro do ano que vem. O site utilizará ferramentas d einteração como blog, canal de vídeos, integração com as redes sociais, um guia completo do evento e espaço para quem esteve nas edições anteriores contar sua história.